Entender o que são riscos ergonômicos e como preveni-los é essencial para a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, além de importante para a produtividade e eficiência do trabalho.
Os riscos ergonômicos podem levar a diversos problemas de saúde, como: lesões musculoesqueléticas.
Atualmente, estima-se que cerca de 4 milhões de brasileiros sofrem de lesões por esforço repetitivo (LER) e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).
Dentre os distúrbios mais comuns, a SBR (Associação Brasileira de Reumatologia) destaca os distúrbios de tendinite (particularmente do ombro, cotovelo e punho), lombalgias (dores na região lombar) e mialgias (dores musculares).
O Brasil é o país mais ansioso do Mundo e estima-se que mais de 18 milhões de brasileiros convivem com a ansiedade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) – distúrbios do sono, problemas circulatórios, entre outros.
Gerindo os riscos ergonômicos é possível prevenir lesões, doenças e garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável a todos.
Entenda sobre o que são riscos ergonômicos, como fazer a gestão e prevenção destes riscos a seguir!
O que são Riscos Ergonômicos?
Riscos ergonômicos são aqueles relacionados às condições de trabalho que podem causar danos à saúde e segurança dos trabalhadores, devido a uma inadequação entre as exigências físicas e mentais da tarefa e as capacidades e limitações humanas.
De acordo com a FIOCRUZ, são considerados riscos ergonômicos:
- Esforço físico;
- Levantamento de peso;
- Postura inadequada;
- Controle rígido de produtividade;
- Situação de estresse;
- Trabalhos em período noturno;
- Jornada de trabalho prolongada;
- Monotonia e repetitividade;
- Imposição de rotina intensa.
Esses riscos podem ser encontrados em diversos tipos de atividades profissionais, desde escritórios até ambientes industriais.
5 Exemplos de Riscos Ergonômicos Mais Comuns
A seguir, conheça detalhadamente quais são os riscos ergonômicos mais comuns e que mais afetam a saúde dos trabalhadores na atualidade.
- Postura Inadequada
A postura inadequada é aquela que não respeita as características físicas do trabalhador e não proporciona conforto e segurança durante a realização das atividades laborais.
Isso pode ocorrer em três situações:
1 - Quando a postura adotada pelo trabalhador é inadequada para a tarefa que está sendo realizada;
2 - Na ocasião em que a mobília e equipamentos não estão ajustados corretamente para a altura e proporções do trabalhador;
3 - Situações em que não há suporte adequado para a coluna vertebral e membros.
Algumas posturas inadequadas comuns incluem:
- Ficar muito tempo sentado sem pausas;
- Curvar o pescoço para frente para olhar para o computador;
- Estender os braços para alcançar objetos, torcer o corpo para alcançar algo;
- Levantar objetos pesados sem apoio adequado para a coluna vertebral.
- Repetição de Movimentos
A repetição de movimentos ocorre quando um trabalhador executa a mesma tarefa ou movimento com frequência e por um longo período.
Dessa forma, esses movimentos podem ser repetitivos e contínuos, como digitar no teclado do computador ou encaixotar produtos em uma linha de montagem.
A repetição de movimentos pode sobrecarregar os músculos, tendões e articulações do trabalhador, levando a lesões musculoesqueléticas, como tendinite, bursite, síndrome do túnel do carpo e outros problemas relacionados à tensão muscular e estresse.
A fadiga muscular também pode aumentar o risco de acidentes de trabalho.
- Esforço Físico Excessivo e Levantamento de Peso
Ocorre quando o trabalhador é exposto a cargas físicas que excedem sua capacidade física, seja por levantar, carregar ou empurrar objetos pesados, ou por realizar esforços físicos contínuos e intensos.
Esse tipo de risco ergonômico pode sobrecarregar os músculos, tendões e articulações do trabalhador, levando a lesões musculoesqueléticas como dores lombares, lesões nos ombros, hérnias de disco, entre outros problemas relacionados à tensão muscular e estresse.
- Situação de Estresse
Assim como controle rígido de produtividade, jornada de trabalho prolongada, imposição de rotina intensa – podem gerar consequências negativas para a saúde física e mental dos trabalhadores.
Desse modo, o estresse prejudica o bem-estar e pode levar a lesões musculares, problemas cardíacos e problemas de saúde mental como depressão, ansiedade, chegando até a um burnout.
No Brasil, o número de pessoas impactadas pelo burnout tem aumentado nos últimos anos.
De acordo com um estudo realizado pela International Stress Management Association (ISMA-BR), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem de burnout.
Além disso, foi constatado que os setores mais afetados pelo estresse são da área da saúde, educação, serviço público e financeiro.
- Vibrações
Quando um trabalhador é exposto a vibrações mecânicas, seja por meio de ferramentas manuais, veículos ou equipamentos industriais, ocorre a transmissão dessas vibrações para o corpo, podendo causar lesões musculoesqueléticas e danos aos tecidos corporais.
Entenda o Impacto dos Riscos Ergonômicos à Empresa
Os riscos ergonômicos podem ter um impacto significativo na empresa, afetando tanto os trabalhadores quanto a organização como um todo.
Alguns dos impactos mais comuns dos riscos ergonômicos são:
- Aumento do Absenteísmo e da Rotatividade
Quando os trabalhadores sofrem de lesões musculoesqueléticas ou de outros problemas de saúde relacionados à ergonomia, eles podem precisar se ausentar do trabalho para se recuperar ou procurar tratamento.
Isso pode levar a um aumento do absenteísmo e da rotatividade na empresa, o que pode afetar negativamente a produtividade e a eficiência.
- Redução da Produtividade
Os trabalhadores que sofrem de desconforto, fadiga ou estresse podem ter dificuldade em realizar suas tarefas de maneira eficiente e produtiva.
Isso pode levar a uma queda na produtividade da empresa e afetar a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos.
- Aumento dos Custos de Saúde e Segurança
Quando os trabalhadores sofrem de lesões ou doenças ocupacionais relacionadas à ergonomia, a empresa pode precisar arcar com os custos de tratamento e reabilitação, além de pagar benefícios trabalhistas e compensações.
Isso pode resultar em um aumento dos custos de saúde e segurança para a empresa.
- Perda de Competitividade
Uma empresa que não consegue oferecer um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus funcionários pode ter dificuldades em atrair e reter talentos qualificados, além de perder competitividade no mercado.
- Danos à Imagem da Empresa
A falta de preocupação da empresa com a saúde e segurança de seus trabalhadores pode afetar negativamente a imagem da empresa perante os clientes, fornecedores e a sociedade em geral.
Por isso, é importante que as empresas adotem medidas preventivas e corretivas para minimizar ou eliminar os riscos relacionados à ergonomia.
A Avaliação dos Riscos Ergonômicos é Obrigatória?
A avaliação dos riscos ergonômicos é obrigatória para empresas, conforme estabelecido pela Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no Brasil.
A NR-17 estabelece diretrizes e parâmetros mínimos para o conforto e segurança dos trabalhadores no desempenho de suas atividades, visando à prevenção de doenças ocupacionais e de lesões musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho.
A avaliação dos riscos ergonômicos deve ser realizada periodicamente pela empresa, com o objetivo de identificar os riscos e condições de trabalho que possam causar desconforto, fadiga ou estresse ao trabalhador, bem como doenças ocupacionais relacionadas à ergonomia.
Com base nos resultados da avaliação, devem ser tomadas medidas preventivas e corretivas para minimizar ou eliminar os riscos identificados.
A falta de realização da avaliação dos riscos ergonômicos pode resultar em sanções e penalidades para a empresa, além de colocar em risco a saúde e segurança dos trabalhadores.
Portanto, é importante que as empresas cumpram com as obrigações estabelecidas pela NR-17 e promovam um ambiente de trabalho saudável e seguro para seus colaboradores.
Entenda como Gerir os Riscos Ergonômicos
Realização da AEP (Análise Ergonômica Preliminar) e AET (Análise Ergonômica do Trabalho), em casos específicos, para identificar possíveis riscos ergonômicos dentro da jornada de trabalho de um funcionário.
É um procedimento obrigatório para empresas, estabelecido por lei.
Com a elaboração da AEP e AET, é possível realizar:
Identificação dos riscos – identificar através de avaliações e entrevistas, quais os riscos ergonômicos presentes no ambiente de trabalho e em quais atividades os trabalhadores estão expostos.
Avaliação dos riscos – após identificar os riscos, é importante avaliar a gravidade e a probabilidade de ocorrerem, para priorizar as medidas de controle. Para isso, utiliza-se ferramentas como a matriz de avaliação de riscos.
Controle dos riscos – é necessário implementar medidas para controlar os riscos ergonômicos identificados. Essas medidas podem incluir modificações no ambiente de trabalho, treinamentos para os trabalhadores e mudanças nos processos de trabalho, definidas em um Plano de Ação.
Monitoramento dos riscos – é importante monitorar regularmente os riscos ergonômicos através de novas análises para garantir que as medidas de controle estejam sendo eficazes e, se necessário, realizar ajustes nas medidas de controle.
Avaliação dos resultados – para identificar pontos de melhoria e assegurar que as medidas de controle implementadas estão sendo eficazes é necessário regularmente realizar a Gestão dos Riscos Ergonômicos.
É importante destacar que a gestão dos riscos ergonômicos é realizada pelo ergonomista em conjunto com os trabalhadores e com a participação de todos os setores da empresa.
A conscientização dos trabalhadores sobre o que são riscos ergonômicos, treinamentos e as medidas de controle é fundamental para garantir a eficácia das ações implementadas.
Conclusão
Nesse artigo, você entendeu o que são riscos ergonômicos e que podem levar a diversos problemas de saúde, como lesões musculoesqueléticas, fadiga, estresse, distúrbios do sono, problemas circulatórios, entre outros.
Para prevenir esses riscos, é importante que as empresas realizem avaliações ergonômicas regulares, adaptem as condições de trabalho às necessidades dos trabalhadores e promovam treinamentos e conscientização sobre as melhores práticas para a prevenção de lesões e doenças relacionadas ao trabalho.
Ressaltamos a importância de empresas adotarem medidas preventivas para reduzir os riscos.
Portanto, investir em prevenção através de programas de bem-estar, treinamento adequado dos trabalhadores em ergonomia, análise e adaptação das estações de trabalho e equipamentos através da AEP ou AET, exercícios de alongamento como Ginástica Laboral.
Além disso, a detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar a progressão das doenças e minimizar seus impactos na saúde e na qualidade de vida dos trabalhadores afetados.
Sobre a ElevaLife
Somos uma empresa parceira de RH’s e SST’s no cuidado ao colaborador e às exigências do trabalho.
Com um time de especialistas em saúde e bem-estar, fornecemos serviços de Gestão de Ergonomia, AET/AEP, Consultoria Ergonômica, Treinamentos de Ergonomia, Ginástica Laboral e Fisioterapia para companhias ao redor do Brasil!
Buscamos não só cumprir as exigências legais, mas também, principalmente, promover a adequação e melhoria contínua dos ambientes, processos e da consciência das pessoas para uma rotina de trabalho mais confortável, segura e eficiente.
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